Utilizando de sua grande popularidade e reputação, o físico britânico Stephen Hawking conseguiu novamente chamar a atenção. Em polêmica entrevista concedida ao jornal The Guardian, Hawking afirmou que a ideia de que há uma espécie de paraíso após a morte não passa de um "conto de fadas de gente que tem medo do escuro".
No entender do físico, a partir do momento que o ser humano morre e o cérebro deixa de funcionar, não existe mais nada a ser experimentado. "Considero o cérebro um computador que deixará de funcionar quando seus componentes falharem. Não há paraíso ou vida depois da morte para computadores", completou o pesquisador.
Durante a entrevista, o cientista disse que a doença neurodegenerativa que o afeta, chamada esclerose lateral amiotrófica, permitiu que ele passasse a aproveitar mais a vida, apesar das grandes limitações a que é submetido. "Durante os últimos 49 anos vivi com a perspectiva de uma morte prematura. Não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa alguma. Além disso, tenho muito coisa a fazer antes disso acontecer."
Apesar de não fazerem parte de qualquer trabalho acadêmico, as declarações de Hawking tem um peso bastante grande. O cientista é considerado por muitos como um dos maiores gênios contemporâneos e apesar de nunca ter sido laureado com um Prêmio Nobel, suas contribuições nas áreas de cosmologia teórica e gravidade quântica são inestimáveis.
Em 1971, Hawking provou o primeiro de muitos teoremas para a existência de uma singularidade no espaço-tempo e sugeriu a formação de primordiais ou miniburacos negros logo após o Big Bang. Junto dos físicos Bardeen e Carter propôs as quatro leis da mecânica do buraco negro, traçando um paralelo com as leis da termodinâmica. Em 1974 Hawking calculou que buracos negros deveriam criar ou emitir termicamente partículas subatômicas, que foram posteriormente batizadas de radiação Hawking. O cientista também foi o responsável, no início dos anos 80, pelos primeiros desenvolvimentos da teoria da inflação cósmica e junto dos pesquisadores Alan Guth, Andrei Linde e Paul Steinhardt propôs a solução dos principais problemas do modelo padrão do Big Bang.
Apesar da declaração sobre a inexistência de vida após a morte ser uma opinião pessoal, as afirmações do cientista incomodaram bastante outros pesquisadores, que acusam Hawking de tentar criar polêmicas para vender seus livros.
Em seu mais recente livro "The Grand Design", Hawking contradiz suas antigas declarações sobre a ideia de um criador e sugere que "Deus não tem mais lugar nas teorias sobre criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física". Neste livro, o cientista afirma que devido à existência da gravidade é possível que o universo crie a si próprio, a partir do nada. "A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada. É a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos".
Diversos pesquisadores, entretanto, aceitam com ressalvas as afirmações de Hawking, especialmente àqueles ligados aos experimentos em física de partículas. Segundo esses cientistas, Hawking "jogou pra galera", tentando novamente criar polêmica, já que não existem trabalhos conclusivos sobre a criação espontânea do universo e pesquisas nesse sentido estão apenas começando.
Foto: Auxiliado por enfermeiros e médicos, em abril de 2007 Stephen Hawking fez diversos mergulhos em gravidade zero e se tornou o primeiro deficiente a fazer este tipo de atividade. Cortesia Zero Gravity Corp/Apolo11.com.
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Durante a entrevista, o cientista disse que a doença neurodegenerativa que o afeta, chamada esclerose lateral amiotrófica, permitiu que ele passasse a aproveitar mais a vida, apesar das grandes limitações a que é submetido. "Durante os últimos 49 anos vivi com a perspectiva de uma morte prematura. Não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa alguma. Além disso, tenho muito coisa a fazer antes disso acontecer."
Apesar de não fazerem parte de qualquer trabalho acadêmico, as declarações de Hawking tem um peso bastante grande. O cientista é considerado por muitos como um dos maiores gênios contemporâneos e apesar de nunca ter sido laureado com um Prêmio Nobel, suas contribuições nas áreas de cosmologia teórica e gravidade quântica são inestimáveis.
Em 1971, Hawking provou o primeiro de muitos teoremas para a existência de uma singularidade no espaço-tempo e sugeriu a formação de primordiais ou miniburacos negros logo após o Big Bang. Junto dos físicos Bardeen e Carter propôs as quatro leis da mecânica do buraco negro, traçando um paralelo com as leis da termodinâmica. Em 1974 Hawking calculou que buracos negros deveriam criar ou emitir termicamente partículas subatômicas, que foram posteriormente batizadas de radiação Hawking. O cientista também foi o responsável, no início dos anos 80, pelos primeiros desenvolvimentos da teoria da inflação cósmica e junto dos pesquisadores Alan Guth, Andrei Linde e Paul Steinhardt propôs a solução dos principais problemas do modelo padrão do Big Bang.
Apesar da declaração sobre a inexistência de vida após a morte ser uma opinião pessoal, as afirmações do cientista incomodaram bastante outros pesquisadores, que acusam Hawking de tentar criar polêmicas para vender seus livros.
Em seu mais recente livro "The Grand Design", Hawking contradiz suas antigas declarações sobre a ideia de um criador e sugere que "Deus não tem mais lugar nas teorias sobre criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física". Neste livro, o cientista afirma que devido à existência da gravidade é possível que o universo crie a si próprio, a partir do nada. "A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada. É a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos".
Diversos pesquisadores, entretanto, aceitam com ressalvas as afirmações de Hawking, especialmente àqueles ligados aos experimentos em física de partículas. Segundo esses cientistas, Hawking "jogou pra galera", tentando novamente criar polêmica, já que não existem trabalhos conclusivos sobre a criação espontânea do universo e pesquisas nesse sentido estão apenas começando.
Foto: Auxiliado por enfermeiros e médicos, em abril de 2007 Stephen Hawking fez diversos mergulhos em gravidade zero e se tornou o primeiro deficiente a fazer este tipo de atividade. Cortesia Zero Gravity Corp/Apolo11.com.
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