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A difícil tarefa de sobreviver na superfície de Vênus

Penetrar na atmosfera venusiana e realizar pesquisas em sua superfície não é uma tarefa fácil. O planeta é uma verdadeira fornalha. A composição química e a descomunal pressão atmosférica fazem de sua exploração um verdadeiro desafio para a construção de naves espaciais.

Observar a superfície de Vênus no espectro visível é uma tarefa impossível. O planeta é totalmente envolto por uma névoa muito densa e altamente refletiva e qualquer tentativa de reconhecer detalhes geográficos será fadada ao fracasso. Seu brilho é tão intenso que pode ser visto até mesmo durante o dia. Aqui da Terra, a única coisa que conseguimos enxergar são suas fases.

Quando os pesquisadores resolveram enviar sondas ao planeta, ainda no início da Era Espacial, sabiam que a missão não seria fácil. A temperatura em Vênus atinge nada menos que 480 graus Celsius enquanto a pressão barométrica, 90 vezes maior que a da Terra, esmaga os objetos mais rígidos como se fossem de papelão. Além disso, o planeta possui mais de 150 mil vulcões, o que torna sua atmosfera altamente sulfúrica e corrosiva.

Venera
A mais bem sucedida missão a explorar o planeta Vênus foi a russa Venera, que se estendeu de 1961 a 1983 e era composta de 16 naves. As oito primeiras foram projetadas para pousar no planeta, enquanto as oito sondas seguintes foram concebidas de modo diferente. Eram lançadas aos pares, sendo compostas de uma sonda orbital e de uma nave robótica projetada para pousar e resistir por pelo menos 30 minutos antes de ser decomposta.

A primeira sonda da série a chegar a Vênus foi a Venera 4, em 18 de Outubro de 1967. A nave não pousou na superfície, mas foi a primeira a retornar dados da atmosfera, além de ser a primeira a fazer uma transmissão interplanetária.



Dois anos depois foi a vez da Venera 5. Em maio de 1969 o artefato transmitiu com sucesso dados da atmosfera antes de ser esmagado pela pressão, quando estava a apenas 26 mil metros de altitude.

Em 16 de dezembro de 1970, a Venera 7 conseguiu finalmente pousar na superfície. Resistiu 23 minutos sob o calor intenso e pressão esmagadora, mas foi a primeira que conseguiu transmitir dados a partir de outro planeta.

As primeiras imagens em preto e branco feitas a partir da superfície foram tomadas pela Venera 9, em 22 de outubro de 1975. Dessa vez a sonda conseguiu resistir um pouco mais e foi destroçada em longos 53 minutos.

Em 1 de março de 1982 a sonda Venera 13 registrou a primeira imagem colorida da superfície de Vênus, além de descobrir basalto na superfície com auxílio de um espectrômetro. A nave resistiu mais que as anteriores e durante 114 minutos coletou dados que até hoje são estudados pelos cientistas.

Futuro
Provavelmente, com o know-how adquirido durante as missões Venera e o desenvolvimento de novos materiais e tecnologias, as próximas missões a Vênus deverão durar mais tempo e serão capazes de obter um volume de dados muito maior que as anteriores.

Atualmente, a agência espacial russa tem um novo projeto para estudar o planeta. Batizado de Venera-D a missão pretende explorar Vênus através de imagens de radar e localizar os lugares mais interessantes para próximos pousos na superfície. De acordo com a Roscosmos, a missão Venera-D deverá ser lançada em 2016.


Fotos: No topo, primeira imagem colorida da superfície de Vênus, feita pela sonda Venera13. Na cena é possível ver parte do solo venusiano e também a sapata de pouso da sonda. Na sequência, a nave Venera 13, durante fase de inspeção. Créditos: Soviet Planetary Exploration Program, Apolo11.com.

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