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Olho no céu: Uma supernova pode surgir a qualquer momento!

Astrônomos de todo o mundo estão com as atenções voltadas para a constelação de Leão, onde um intenso pulso de raios gama foi registrado pelos telescópios em órbita da Terra. O motivo não é novidade: eventos desse tipo podem significar o aparecimento de uma supernova.



Batizado de GRB 130427A, o intenso pulso foi observado pela primeira vez no dia 27 de abril de 2013 pelo telescópio espacial Fermi, da Nasa. Segundo o órgão, a energia estimada do evento era de 94 bilhões de elétrons-volt (96 GeV), cerca de 35 bilhões de vezes mais forte que a energia dentro do espectro da luz visível e três vezes mais intenso que o maior evento já detectado pelo instrumento.

Pulsos de raios gama são as explosões energéticas mais luminosas do Universo e ocorrem quando uma estrela massiva esgota seu combustível nuclear e desmorona sobre si mesma. A emissão durou diversas horas e permaneceu detectável pelos sensores do telescópio em grande parte do dia.
Logo após a detecção, telescópios baseados em Terra também passaram a registrar o evento nos comprimentos de onda visíveis e infravermelho, além do espectro de radiofrequências. Com base em dados do telescópio espacial Swift, pesquisadores rapidamente localizaram a distância da emissão, estimada em 3.6 bilhões de anos-luz, na direção da constelação de Leão.

"Este GRB (Gamma Ray Burst) ocorreu muito perto e o grande desafio agora é encontrar uma possível supernova, que acompanha quase todos os eventos desse tipo", disse o pesquisador Neil Gehrels, principal investigador dos dados do telescópio Swift junto ao Goddard Space Flight Center, da Nasa.

Após a detecção, observatórios terrestres passaram a monitorar constantemente o local do pulso GRB 130427A e não será nenhuma surpresa se nos próximos dias uma supernova surgir na constelação de Leão. Se você tem um telescópio e está familiarizado com coordenadas celestes, anote o endereço da emissão e do possível surgimento da supernova: Ascensão Reta: 11:32:32.90. Declinação +27:41:56.5.

Supernova
Estrelas similares ao nosso Sol terminam sua vida quando consomem totalmente suas reservas de hidrogênio, ardendo em uma silenciosa e gigantesca expansão de diâmetro. No entanto, estrelas com oito ou mais vezes a massa solar finalizam sua vida de modo muito mais cataclísmico. A fusão nuclear continua mesmo após a exaustão do hidrogênio, produzindo elementos pesados em diferentes camadas.

O processo continua até que o núcleo estelar se transforme em ferro, quando então outro fenômeno ocorre: devido à descomunal temperatura e pressão, os átomos do ferro também se rompem em seus componentes prótons e nêutrons. Quando isso acontece as camadas superiores ao núcleo desmoronam, lançando ao espaço o resto do material estelar, produzindo um poderoso clarão chamado flash da supernova.
A explosão é descomunal. Em poucos dias a supernova libera mais energia do que nosso Sol em toda a sua vida. A explosão é tão brilhante que mesmo ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da Terra até durante o dia.

Raios Gama
Os raios gama são o tipo mais energético de radiação eletromagnética e é naturalmente produzido por elementos radioativos ou fenômenos astrofísicos de grande violência. Possui comprimento de onda muito pequeno, da ordem de alguns picômetros até comprimentos mais ínfimos como 10E-15
Quanto menor o comprimento de onda, mais energia é irradiada. Isso faz dos raios gama a fonte mais potente do espectro eletromagnético. Devido a alta energia, esse tipo de emissão tem capacidade de ionizar os gases e pode penetrar na matéria de forma mais profunda que a radiação do tipo alfa ou beta. Por serem penetrantes, os raios gama podem causar danos até mesmo no núcleo das células.


No topo, explosão de raios gama registrada pelo telescópio espacial Femi em 27 de abril de 2013. O mapa mostra o céu centrado sobre o polo norte celeste e revela níveis de energia superiores a 100 milhões de elétrons-volt. Acima, vídeo mostra o céu antes e depois do evento GRB 130427A, onde podemos notar a diferença descomunal de energia entre os eventos detectados. Crédito: NASA/DOE/Fermi LAT Collaboration, Apolo11.com.

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